PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DO LARGO DAS CARVALHAS

23-09-2021

Um espaço nobre, central e significante para a cidade, indutor da vivência e dinâmicas urbanas, nas valências sociais e económicas. É assim que está a ficar o Largo das Carvalhas, em Mangualde. O projeto de requalificação acontece no âmbito da medida de regeneração urbana da cidade.

O Largo das Carvalhas é uma aposta na melhoria das condições para os seus habitantes e para quem visita o centro urbano. «A intervenção prossegue com rigor e respeito por um desenho urbano cuidado em contexto de cidade histórica. A proposta tem como objetivo principal a beneficiação e qualificação de um dos mais emblemáticos e significantes espaços públicos de Mangualde, numa perspetiva de verdadeiro usufruto público, em condições de segurança, conforto, usabilidade e acessibilidade por todos.», refere o arquiteto José António Lopes.

Projeto de requalificação do Largo das Carvalhas

UM ESPAÇO NOBRE, CENTRAL E SIGNIFICANTE PARA A CIDADE

O projeto em curso dotará a cidade de condições para uma utilização mais qualificada, que enquadre diversas valências, nomeadamente pela regulação do parqueamento automóvel, possibilidade de acolher a montagem de exposições e feiras urbanas e enquadrar equipamentos de lazer e usufruto de todos, constituindo-se também como uma “sala de visitas” dos grandes eventos de que o município é palco. «A configuração de um espaço central com o protagonismo urbano que este assume, obriga à conceção de soluções que potenciem uma grande variedade de valências dos seus usos», salienta o arquiteto, considerando que «as particularidades urbanísticas, arquitetónicas, patrimoniais, históricas e socioculturais, estão no centro da atenção de uma estratégia para a intervenção».

«É importante reiterar a ideia de que o centro histórico, sempre encarado como urbe histórica, não é nunca uma unidade estanque e, nesse sentido, as relações de reciprocidade entre as diferentes partes do centro urbano, na sua riqueza e complexidade, são da mais alta importância para a configuração de dinâmicas da regeneração urbana. Estas articulações relacionais devem originar e assegurar fluxos significativos de pessoas, de troca de bens e serviços, de dinâmicas financeiras e atividade urbana, podendo-se assim otimizar e tornar sustentável a operação de equipamentos comuns, infraestruturas, vias e demais espaços públicos.» – José António Lopes, gabinete de arquitetura ad quadratum arquitectos.

 

UM ESPAÇO URBANO QUALIFICADO

O projeto de requalificação do Largo das Carvalhas prevê uma medida de acalmia de tráfego, de conforto e promoção dos modos suaves de locomoção que consiste no nivelamento da plataforma do arruamento à cota dos passeios, garantindo-se as devidas marcas rodoviárias, «mas resultando num espaço público mais assumidamente central em meio urbano, com manifesta redução da velocidade de atravessamento automóvel, podendo-se percecionar a extensão da “praça pública” até à fachada dos edifícios confrontantes», destaca o arquiteto do gabinete ad quadratum arquitetos, realçando que «estes propósitos concorrem também para os objetivos da “requalificação e regeneração urbana”, proporcionando desta forma as condições físicas ao incremento das funções urbanas, nomeadamente ao estímulo da utilização do espaço público pelos cidadãos e associações/instituições diversas, ou ainda como facilitador ao investimento por parte dos agentes económicos instalados, na reabilitação do património edificado, na promoção e diversificação das atividades económicas, do comércio, restauração e hotelaria diversa».

De realçar ainda que as principais vias confinantes deste espaço público, designadamente a Avenida 25 de Abril (entre a R. da Saudade e a R. Ana Castro Osório), a Calçada do Viriato (na frente do Edifício da Junta de Freguesia) e a Calçada da Carvalha (a Sul), são também beneficiadas com alargamento e repavimentação de passeios, conformação de espaços de aparcamento e reservados a cargas e descargas. Na Av. 25 de Abril propõe-se a regulação do estacionamento de viaturas, criando-se 16 lugares de estacionamento e duas zonas de cargas/descargas na proximidade dos estabelecimentos de comércio e restauração.

No que respeita ainda ao estacionamento na área de intervenção, importa referir a dotação de quatro lugares de aparcamento automóvel, para veículos portadores de pessoas com mobilidade condicionada.

Em toda a área da intervenção serão disponibilizados três pontos de recolha de resíduos múltiplos (RS e RSU) e um ponto de RSU junto aos espaços de restauração.

A proposta prevê ainda a implantação de um edifício de apoio técnico e sanitário com o propósito de assegurar as funções de sanitário público diferenciado por géneros e dotado de uma instalação adaptada a cidadãos com mobilidade condicionada. O espaço junto a este edifício será dotado de um lugar de aparcamento de veículos prioritários ou de emergência.

Também o espaço polidesportivo informal foi redesenhado e beneficiado na sua polivalência em novo local, nomeadamente nas imediações da R. Ana de Castro Osório. Com esta intervenção ficará dotado de melhores equipamentos de apoio às práticas, pavimento adequado e espaço para a assistência.

O Largo das Carvalhas, concretamente junto da antiga escola (edifício das associações), acolherá ainda um parque infantil, dotado de equipamentos lúdicos, pavimento de segurança e demais complementos legalmente exigíveis, bem como um espaço de lazer e atividades físicas intergeracionais, vulgarmente designado por “avós e netos”, dotado de zonas de descanso e equipamentos de apoio ao exercício físico.

 

O PATRIMÓNIO ARBÓREO: preocupação e respeito pela natureza

«O estado e condição fitossanitário de todo este conjunto indicou focos de patologias e deformações graves, muitas vezes provocadas por podas mal executadas, carecendo, assim, todos os espécimes de uma oportuna e detalhada avaliação fitossanitária.», refere José António Lopes.

Após uma profunda análise à condição fitossanitária, assente na preocupação e respeito pela natureza, considerou-se que deveriam ser abatidas algumas árvores: o número total de árvores existentes era de 42, resultando na proposta a preservação de 33 dessas e plantadas duas novas.