PARQUE URBANO – CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
OLIVEIRA DE AZEMÉIS, 2020
Em Oliveira de Azeméis está a nascer um Parque Urbano/Centro de Interpretação Ambiental, um equipamento estratégico para o desenvolvimento da cidade. O projeto, com uma área de cinco hectares, ficará localizado numa área central da cidade, na denominada “antiga” Quinta dos Borges.
Este projecto dotará a cidade de um espaço central de uso público, com as características de parque urbano estruturado em moldes contemporâneos, onde, pela implementação das melhores boas-práticas de conceção e projeto, se oferecerá um lugar promotor dos mais sustentáveis e estimulantes modelos de utilização. A intervenção na sua proposta, imagina o parque como um polo de intervenção e promoção de resiliência ambiental na cidade de Oliveira de Azeméis, com o objetivo de melhoria da saúde e bem-estar geral dos Oliveirenses e visitantes, bem como na obtenção de benefícios ambientais e económicos, tentando-se preservar o ecossistema já estabelecido pela vegetação existente, introduzindo novos espécimes que ajudam a consolidar e fortalecer o potencial ecológico do parque. A cidade passará assim a dispor de um equipamento estratégico para o seu desenvolvimento, um espaço de recreio e lazer de grande qualidade, projetado em prol do bem-estar e da comunidade.
A proposta prevê a requalificação do edificado existente na “antiga” Quinta dos Borges para espaços de restauração, como o café do parque/esplanada café concerto, e a disponibilização de áreas para Centro Interpretativo e Quinta Pedagógica, estruturas de slide e arborismo, circuitos e equipamentos de desporto de manutenção, zonas de repouso, entre muitas outras valências. Estamos em presença de uma pré-existência fortemente condicionante da intervenção. A evidência dos valores patrimoniais da mais diversa natureza e tipologia, conferem ao local suporte da intervenção, uma manifesta característica de identidade e potencial, que cumpre valorizar e interpretar. A proposta orienta assim toda a sua ação – da conceção ao detalhe do desenho-, tomando como mote a leitura sensível da pré-existência, enquanto “genius loci”. Diversos temas se identificam como orientadores da intervenção: a paisagem humanizada e o património ambiental e natural.
Serão adotadas estratégias de intervenção, seja nas estruturas pré-existentes, seja nas novas construções a implantar, que assegurem a mais adequada compatibilidade da valência proposta com o “contentor” edificado (pré-existente) que a acolherá. Todos os espaços deste projeto resultam em espaços comprometidos com a necessária versatilidade dos usos (e dos públicos) apontados e consideram um valor de polivalência que vai para além da proposta imediata. Houve, no entanto, a disciplina e condicionante autoimposta de procurar, pela adequabilidade do uso e as ações de reabilitação física previstas, o modo mais cuidado e cauteloso de fazer preservar o património arquitetónico e “urbanístico” em presença, mesmo que não classificado (“procedimento de classificação” que, para os nossos desígnios, é irrelevante).
A adoção de metodologias de salvaguarda do património e de integração arquitetónica conjugam-se necessariamente com processos inovadores e com a procura das melhores soluções de eficiência energética e neutralidade ambiental. Na intervenção no espaço do parque, estes princípios de sustentabilidade ambiental assumem especial ênfase, considerando que a intervenção se fará diretamente em ecossistemas complexos, que articulam flora protegida e sistemas hidráulicos frágeis. Assim o compromisso é evidente: articular o uso e usufruto público, variado e inclusivo dos diversos equipamentos e valências propostos, adotando estratégias de conservação e valorização do património natural e minimizando os impactos negativos que a atividade humana possa exercer sobre o meio. Acreditamos que uma gestão cuidada e ambientalmente consciente do ativo natural deste parque se traduzirá ainda num menor esforço financeiro associado aos custos de manutenção face a modelos de intervenção mais inadequados e eventualmente herdeiros de “pré-conceitos”, não decorrentes da compreensão das realidades do nosso local de intervenção.