PLANO ESTRATÉGICO MELGAÇO 2030
O arquiteto José António Lopes é o autor do Plano Estratégico Melgaço 2030. Aquando da conferência Glocal Melgaço – Pensar Global Agir Local, uma iniciativa do Jornal de Negócios com o apoio ao Município de Melgaço, sobre a estratégia definida para este município.
«Esta ferramenta pretende sustentar a ação do município, dar-lhe um componente técnico, suportada na realidade, que permite que, na sua ação política, o executivo possa mediar os processos tanto à escala nacional como regional. Não se faz prioridade de projetos ao sabor de oportunidades de financiamento, mas procura-se os parceiros e como oportunidades em função das prioridades e como ambições que o território exige e carece», referiu o arquiteto José António Lopes.
Plano cobre o período 2021-2027
O Plano Estratégico Melgaço 2030 cobre o período 2021-2027, no âmbito do novo quadro comunitário. «Pretendeu-se que fosse muito mais operativo e orientador e mobilizador dos agentes e dos atores. Assumiu-se desde o início que as condições de arranque desta ferramenta se faziam um passo à frente do habitual, ou seja, reconhecer que há muita matéria de diagnóstico e estudo elaborado mas que não queria mais um volume para se colocar na biblioteca municipal e ser uma mera consulta teórica », considerado o arquiteto José António Lopes, também coordenador do grupo de trabalho do Re-grow City Urbact, levando a cabo o projeto Melgaço Tem pop-up.
Durante a intervenção, o arquiteto falou dos objetivos principais que constavam no Plano para o concelho de Melgaço: «esta ferramenta pretende sustentar a ação do município, dar-lhe uma componente técnica, suportada na realidade, que permite que, na ação política , o executivo pode mediar os processos tanto à escala nacional como regional e assim estar atento, atuante, proativo», disse José António Lopes, realçando que «esta estratégia dominadora do que é identidade do território visa, obviamente, informar de forma mais rica e robusta todos os instrumentos de gestão territorial e desenvolver neste período de 2021-2027 todos os projetos que se alicerçam em prioridades do território ».
Os ativos estratégicos que fazem a diferença no Plano Estratégico Melgaço 2030
«Para ser um ativo estratégico tem de ter um valor intrínseco, trazer diferenciação. Algo que não se repete como apostas massificadas dos nossos vizinhos, esta diferenciação é também originalidade, autenticidade, não é copiar a aposta do vizinho. Os municípios têm de ser únicos, portadores de uma estrutura de inovação, ou seja, são passíveis de aportar inovação institucional, parcerias de formato flexível e inovador e até disruptivas, entre poderes públicos e atores privados locais.», referiu o arquiteto José António Lopes .
Ainda na sua intervenção, destacou a economia do vinho Alvarinho e a formatação e qualificação do terroir, como sendo portadores de um grande valor de diferenciação e notoriedade, bem como o património natural com o PNPG, a montanha como ecossistema, o rio Minho, o centro urbano da vila, o complexo de equipamentos hoteleiros, de desporto de alta competição e as termas.
Para terminar, o arquiteto realçou que as políticas europeias estão muito formatadas pelas questões das grandes cidades, que têm peso e influência sobre os decisores europeus: «os programas que a Europa aprova eliminam à cabeça cidades e vilas que por uma mera questão demográfica estão incapacitadas de concorrer. Não é uma questão de competência mas de tamanho. Estas políticas agravam ainda a situação das pequenas cidades que perdem população, e proporcionam como opção de vida para as famílias em pleno mercado de trabalho bem como para jovens profissionais. Os territórios têm de estar atentos às políticas a adotar para bem do crescimento do seu município.»