LARGO DAS CARVALHAS: uma aposta na qualificação do centro cívico de Mangualde
Um espaço nobre, central e significante para a cidade, indutor de vivências e dinâmicas urbanas, nas valências sociais e económicas. É assim que se apresenta o Largo das Carvalhas, no Município de Mangualde, após um processo de requalificação.
«A requalificação do Largo das Carvalhas é uma aposta na melhoria das condições para os seus habitantes e para quem visita o centro urbano de Mangualde.», garante o arquiteto e urbanista responsável pelo projeto, José António Lopes, do gabinete de arquitetura ad quadratum arquitectos.
A proposta teve como objetivo principal a beneficiação e qualificação de um dos mais emblemáticos e significantes espaços públicos de Mangualde, numa perspetiva de verdadeiro usufruto público, em condições de segurança, conforto, usabilidade e acessibilidade por todos.
Para além da requalificação do desenho urbano e reconfiguração do espaço público, o projeto previu a construção de um edifício de apoio sanitário e de manutenção. «A qualificação do espaço público fez-se com recurso a cuidado investimento no desenho urbano, conjugando soluções de configuração e materiais adequados ao enquadramento urbano e histórico adjacente.», refere José António Lopes.
A reorganização do espaço, mantendo a possibilidade de utilização para aparcamento automóvel, potenciou uma capacidade de 84 lugares, desta forma estruturados e organizados de modo compatível com o uso polivalente qualificado do espaço público, por outras funções e utilizadores.
UM ESPAÇO NOBRE, CENTRAL E SIGNIFICANTE PARA A CIDADE
A intervenção prosseguiu com rigor e respeito por um desenho urbano cuidado em contexto de cidade histórica.
«A configuração de um espaço central com o protagonismo urbano que este assume, obrigou à conceção de soluções que potenciassem uma grande variedade de valências dos seus usos.», refere José António Lopes, considerando que «o projeto de requalificação do Largo das Carvalhas permitiu dotar a cidade de condições para uma utilização mais qualificada, enquadrando diversas valências, nomeadamente pela regulação do parqueamento automóvel, possibilidade de acolher a montagem de exposições e feiras urbanas e enquadrar equipamentos de lazer e usufruto de todos, constituindo-se também como uma “sala de visitas” dos grandes eventos de que o município de Mangualde é anfitrião.»
MANGUALDE OFERECE MELHORES CONDIÇÕES PARA OS MANGUALDENSES E PARA QUEM VISITA O CENTRO URBANO DA CIDADE
É também exemplo o projeto de requalificação do “Adro da Igreja da Misericórdia e Largo do Complexo Paroquial”, intervenção que se impôs pela manifesta obsolescência dos espaços e reduzida capacidade de utilização qualificada, degradação generalizada dos pavimentos e do mobiliário urbano, bem como profusa existência de barreiras arquitetónicas impeditivas da plena acessibilidade e da utilização dos espaços por cidadãos portadores de mobilidade condicionada.
Também o páteo da Igreja da Misericórdia foi alvo de uma profunda requalificação. A intervenção aqui preconizada teve como principal objetivo a qualificação do espaço interior existente, infraestruturando-o, de modo a assegurar as condições de promoção, valorização e interpretação dos conjuntos histórico-monumentais envolventes, bem como, de outros elementos de valor arquitetónico e urbanístico de Mangualde.
Assim, foram promovidos a criação de percursos acessíveis e a eliminação necessária das barreiras arquitetónicas, permitindo a plena acessibilidade, neste caso física, aos espaços aqui considerados.
O pátio exterior foi também objeto de qualificação: redesenhou-se a estereotomia do pavimento, corrigiu-se a drenagem de águas pluviais e eliminou-se alguns constrangimentos físicos à fluída acessibilidade e usufruto pleno deste espaço, enquanto lugar de receção exterior do espaço de acolhimento e do acesso lateral da Igreja da Misericórdia.
«São políticas como estas, que mais municípios (e cidadãos) devem seguir. O ambiente urbano implica autenticidade e não pode ser o resultado de decisões top-down. Um edifício, um espaço, um equipamento público, um produto ou um serviço dito “inclusivo” ou “para Todos”, garante necessariamente um leque maior de utilizadores, maior frequência de uso, comodidade das interações e, numa lógica mais radicalmente económica, um alargamento do mercado alvo, das margens de lucro e da reputação ou imagem pública do produto, serviço, instituição ou da cidade no seu todo.», atenta o arquiteto e urbanista, José António Lopes.